Dia 13

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Por traz do número 13 existem muitos mitos e superstições. A sexta-feira treze, o número treze no elevador…

 “Afinal, o que significa o número 13?

O 13 é formado pelos números 1 e 3. O 1 simboliza coragem, iniciativa e disposição para correr riscos. Já o 3 representa a autoconfiança e o otimismo de acreditar no melhor da vida, além da reação de leveza e liberdade que acompanha essa atitude positiva perante os desafios. Tanto o 1 quanto o 3 gostam de viver livremente e não apreciam dar satisfações do que querem fazer e do que efetivamente fazem. Por que detestam ser mandados e seguir regras.

 O interessante é que o 4, resultante da soma entre os números 1 e 3 – que formam o 13 – indica justamente o oposto. O 4 gosta de seguir regras e prefere o certo ao incerto. Almeja a estabilidade e não se sente à vontade em arriscar. Prefere seguir um ritmo calmo, com organização, planejamento e praticidade. 

Então, o conflito está deflagrado dentro do próprio número 13. Há uma luta entre o risco e a segurança. O 4 é conservador, enquanto o 1 e o 3 preferem o novo, as novidades e a originalidade. O 4 é tradicional; o 1 e o 3 são rebeldes. O 4 gosta de apoio e da presença física das pessoas ao seu redor. Já o 1 e o 3 são independentes, amam a autonomia e um amplo espaço para desbravar. Provavelmente, por reunir em sua simbologia tendências tão opostas, o 13 pode ser considerado um número ambíguo: uns o consideram sinal de mau agouro, outros de boas vibrações.

Ter receio do número 13 pode significar problemas no que tange a ter iniciativa ou otimismo para buscar novas experiências mais prazerosas e criativas – características simbolizadas pelos números 1 e 3. Outra possibilidade é que as pessoas privilegiem um dos extremos desse simbolismo: conservadorismo ou inovação; novidades ou comodidade; coragem de experimentar situações diferentes ou resistência à mudança. Por outro lado, quando a pessoa sabe lidar com a simbologia desse número, ela consegue ter muitas ideias, comunicá-las e tem a determinação de realizá-las. Sabe unir teoria e prática. Consegue viver bem com as regras sociais sem perder sua originalidade, sem reprimir a sua individualidade.”

http://www.personare.com.br/mitos-e-verdades-sobre-o-numero-13-m2511

Mas no final, muitas pessoas tem o dia treze como um dia da sorte. 

Famosos veículos da história da ficção

Quem nunca dedicou um tempinho do seu final de semana pra assistir aos mais famosos desenhos animados e histórias de super-heróis? Pois é, existem marcas que fazem parte da infância de cada um, e muitas vezes as piadas, as lembranças são daqueles incríveis veículos fictícios que fazem parte das incríveis peripécias das personagens.

“Dizem por aí que não importa para onde você está indo, o importante é apenas ir. E se puder fazer isso com estilo, melhor ainda. É o que fazem personagens de histórias em quadrinhos, séries, filmes e desenhos. Com seus possantes ou cabines telefônicas, eles se aventuram por céu, terra, mar, passado e futuro. Para você conhecer ou relembrar essas máquinas tão especiais, a SUPER listou 14 veículos inesquecíveis da ficção:

1. Máquina do Mistério

Se não fosse por aqueles garotos intrometidos e aquele cachorro idiota, as tardes de sua infância com certeza não teriam sido tão divertidas. No desenho animado lançado originalmente em 1969, Fred, Velma, Daphne, Salsicha e, é claro, o cãozinho medroso Scooby-Doo se aventuravam investigando criminosos a bordo da icônica Máquina do Mistério.A van psicodélica do grupo de adolescentes metidos a detetives foi votada como o melhor carro da ficção de todos os tempos em pesquisa realizada pela Toys R Us em 2006.

2. Batmóvel

Para lutar contra o crime, Bruce Wayne sempre anda em grande estilo. O clássico Batmóvel apareceu pela primeira vez nos quadrinhos Detective Comics #27, em 1939. Então, o carro do morcegão era um simples conversível vermelho. Só nas edições seguintes ele foi ganhando a sua famosa forma, que apareceu na série de TV do super-herói que estreou na ABC em 1966. A versão tanque de guerra do Batmóvel, como visto na trilogia dirigida por Christopher Nolan, apareceu pela primeira vez em Batman: O Cavaleiro das Trevas, HQ desenhada e roteirizada por Frank Miller, publicada em 1986.

3. Ford Anglia

Se você é fã da série Harry Potter com certeza já sonhou em ganhar uma Firebolt (a vassoura voadora mais veloz do mundo bruxo) de presente de aniversário, ou atravessar a plataforma 9 ¾ e embarcar no Expresso de Hogwarts. Mas fã de verdade sonha em pegar uma carona no Ford Anglia voador de Arthur Weasley. O veículo trouxa foi encantado pelo bruxo, ganhando não apenas a habilidade de voar, mas também função de invisibilidade e interior expandido – nele cabem todos os membros da numerosa família ruiva. Foi com este carrinho envenenado que os irmãos Weasley resgataram Harry da casa de seus tios em A Câmara Secreta – e foi com ele também que Potter e Rony fizeram uma aterrissagem forçada em cima do Salgueiro Lutador. Ops.

Bônus: O mundo mágico criado por J.K. Rowling está cheio de meios de transporte fantásticos que provavelmente seriam bem populares se existissem no mundo trouxa real. Outro exemplo é o Nôitibus Andante, extravagante ônibus roxo de três andares equipado com camas ao invés de assentos. Criado para apanhar bruxos perdidos e levá-los aos seus destinos, o veículo é super veloz e faz com que todos os objetos que encontra pela frente desviem de seu caminho, evitando qualquer colisão.

4. DeLorean

O DeLorean DMC-12, lançado em 1981, foi o único modelo produzido pela empresa DeLorean Motor Company, que entrou em falência antes de ver sua criação se tornar um fenômeno cultural. O simpático carro com asas-de-gaivota foi usado pelo excêntrico Dr. Emmett Brown para criar a máquina do tempo que levou Marty McFly para passeios que desafiavam o continuum espaço-tempo na trilogia De volta para o futuro, iniciada em 1985. Sonha em ter um DeLorean para chamar de seu? Melhor abrir a carteira: apenas 9 mil carros foram fabricados e hoje estima-se que existam cerca de 6 mil modelos originais no mundo. Em 2008, passaram também a ser vendidos “novos” DeLoreans em edição limitada, que custam entre 60 e 90 mil dólares.

5. Nautilus

Um dos mais famosos anti-heróis da ficção navega pelas profundezas dos sete mares a bordo do Nautilus. O submarino, movido por energia elétrica e totalmente autônomo do meio terrestre, foi criado e comandado pelo Capitão Nemo, personagem de Vinte Mil Léguas Submarinas, escrito pelo francês Júlio Verne em 1870.

6. Yellow Submarine

Todos vivemos em um submarino amarelo graças ao Quarteto de Liverpool. Escrita por Paul McCartney, a canção Yellow Submarine integra o álbum Revolver, de 1966, mas a imagem da psicodélica embarcação foi imortalizada na animação de mesmo nome, lançada em 1968. Nela, os Beatles (a bordo do submarino) têm como missão salvar a cidade de Pepperland quando ela é atacada pelos Blue Meanies, sujeitos malvados que querem acabar com o amor, a música e as cores – algo que os Fab Four jamais permitiriam, é claro.
7. Discovery One

Talvez a Discovery One não ficasse tão famosa não fosse pelo computador de bordo HAL 9000. Ainteligência artificial, que controla a maioria das operações da nave espacial, é o principal antagonista de 2001: Uma odisseia no espaço, clássico de Stanley Kubrick lançado em 1968.

8. Millennium Falcon

No universo de Star Wars, os veículos estão todos nas alturas. Mesmo com caças estrelares X-Wing, o podracer de Anakin Skywalker e diversos destroyers voando por aí, impossível não lembrar da Millennium Falcon. A nave imponente, que apareceu primeiro no Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977), é comandada pelo charmoso mercenário Han Solo e seu amigo wookiee, Chewbacca.

9. Herbie

Quem consegue resistir àqueles grandes farois? Herbie, fusca com vida própria e cheio de personalidade, apareceu pela primeira vez no filme Se meu fusca falasse, de 1969. No longa, Herbie é um fusquinha desprezado que acaba encontrando Jim Douglas, um piloto de corridas cuja carreira vai de mal a pior. Graças ao carro especial, Jim ganha confiança e começa a vencer corridas. Depois disso, o carrinho 53 continuou encantando o público em outros cinco filmes da Disney: As novas aventuras do fusca (1974), Um fusca em Monte Carlo (1977), A última cruzada do fusca (1980), no remake do filme original, de mesmo nome, lançado em 1997, e no mais recente Herbie – Meu fusca turbinado (2006), estrelado por Lindsay Lohan.

10. TARDIS

Não se deixe enganar pelas aparências: apesar de parecer uma simples cabine de polícia de Londres, para viajar no tempo e explorar o universo não há opção melhor do que a TARDIS (acrônimo de Time and Relative Dimension in Space – ou “tempo e dimensão relativas no espaço”, em português). A clássica máquina do tempo e nave espacial faz parte da série britânica Doctor Who, mais longo e bem sucedido seriado de ficção científica do mundo, no ar desde 1963. Cool. Cool, cool, cool.

11. Aston Martin

O nome é Martin, Aston Martin. O mais famoso veículo de James Bond deve sua fama ao Agente Q da vida real: foi o especialista em efeitos especiais John Stears que transformou o Austin Martin DB5, de placa BMT 216A, em um ícone cultural. O belo carro apareceu primeiro no filme 007 Contra Goldfinger, de 1964, e foi visto novamente em 007 Contra a Chantagem Atômica, de 1965. Em Skyfall, último filme da série do mais famoso agente secreto, é Daniel Craig quem dá uma voltinha no clássico carro.

12. Enterprise

Impossível falar sobre os veículos mais famosos da ficção sem lembrar do Capitão Kirk e Spock a bordo da Enterprise. Inventada e reinventada diversas vezes ao longo dos anos na franquiaStar Trek, a nave espacial e sua tripulação estrearam na TV 1966, com a missão de “audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve”.

13. Mach 5

Talvez você não o conheça pelo nome, mas certamente se lembra do seu dono: Mach 5 é o clássico (e veloz) carro dirigido por Speed Racer. Lançado originalmente como Mach Go Go Go, em 1958, o manga foi logo transportado para a telinha em série veiculada durante a década de 1960. Em 2008, Lana e Andy Wachowski levaram o clássico carro de corrida branco para a telona.

14. Corrida Maluca

A série animada que tinha como estrela não um, mas 11 carros cheios de personalidade (pilotados por personagens igualmente ~espirituosos~), não poderia ficar de fora da lista. O objetivo de todos os competidores desta Corrida Maluca era o mesmo: buscar o título mundial de “corredor mais louco do mundo”. Na pista, insanidade era o que não faltava: no carro 00, a Máquina do Mal, estava o vilão Dick Vigarista e o rabugento cão Muttley; o carro 5,Carrinho para Frente, era a máquina cor de rosa dirigida por Penélope Charmosa; o carro 2, oCupê Mal-Assombrado, era pilotado pelos Irmãos Pavor; o carro 7, Carro-à-Prova de Balas, era conduzido pelos gangsters da Quadrilha de Morte. Completavam a corrida os envenenadosCarro de Pedra, Carro Cheio-de-Truques, Lata Voadora, Carro Tanque, Carroça a Vapor, Carrão Aerodinâmico e o Carro Tronco. Produzido pela Hanna-Barbera, o desenho animado teve ao todo 34 episódios, veiculados originalmente entre os anos de 1968 e 1970.”

Fonte: Super Interessante

http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/

Maria, Maria

Não se pode discordar que aquele sentimentalismo todo que dizem pertencer às mulheres é o que faz a vida acontecer.
Se não é da mulher que surge o equilíbrio, o bom senso e ousadia, já não se pode indicar outra espécie de mediador do homem com o Deus interior de cada um de nós.
Sabe-se da fraqueza feminina, se apresenta a guerreira. Fala-se das que envelheceram, apresentam-se marcas de sabedoria. E dentre as que permanecem caladas, vocês hão de convir, existem as mais surpreendentes figuras femininas. E me diga mais uma, mais uma centena de razões para se orgulhar de ser mulher.
Eis que um dia nós surgimos na Terra, fomos amadas, fizemos do amor uma grande razão para viver.
Parabéns a todas as que já foram, são e ainda serão orgulhosas mulheres, o mais alto cargo na grande indústria de emoções que é a humanidade. Um grito de Vitória, afinal somos todas Marias!

Ruby Sparks

Ruby Sparks é um filme cativante e inspirador para os que gostam de escrever. A história de um gênio escritor que cria uma personagem em um livro e a transporta para a realidade. Essa é Ruby Sparks, uma menina de muita personalidade e uma namorada perfeita para Calvin. Ele descobre que quem controla a vida de Ruby é ele mesmo, ou melhor suas palavras. A partir daí se desenvolve uma bonita história de amor pela escrita e pela vida, ou melhor, pela solidão. 

“Essa é a história verdadeira e impossível de meu grande amor. Na esperança de que ela não leia e me repreenda eu omiti vários detalhes. O nome, o nascimento, a adolescência, marcas de nascença e cicatrizes. Mesmo assim, só me resta escrever sobre ela. Para dizer a ela: “Peço desculpas pelas palavras que escrevi para mudar você. Eu me arrependo de muitas coisas. Não consegui ver você enquanto esteve comigo. Agora que se foi vejo você em toda parte.

Alguém pode ler este livro e achar mágico mas se apaixonar é um ato de magia. Escrever também é. Disseram de O Apanhador no Campo de Centeio que o raro milagre da ficção tinha acontecido. Um ser humano tinha sido criado de tinta, papel e imaginação. Não sou um J.D Salinger mas testemunhei um milagre. Qualquer escritor confirma que na maior sorte e felicidade, as palavras não vêm de você mas através de você. Ela veio para mim inteira. Só dei a sorte de estar lá para apanhá-la.”

FRANCOISE-NIELLY

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“A arte de Françoise Nielly é tipicamente vibrante, e detalhada. Uma grande parte de seu trabalho é inspirado na vida urbana. Françoise usa facas para pintar sua obra por conseguir as grossas pinceladas criadas por ela. Retratos parecem ser sua especialidade. Quando criança, ela foi ensinada por seu pai que não havia “nenhum espaço para erros”, e isso tem influenciado potencialmente a complexidade de sua obra de arte. Suas pinturas tem a presença de cores vivas e contrastantes.”

A menina quebrada

Uma carta para Catarina, que descobriu que até as crianças quebram

Era uma festa. Comemorávamos a vinda de um bebê que ainda morava na barriga da mãe. Eu havia acabado de segurá-la para que ela passasse a pequena mão na água da fonte do jardim. Ela tentava colocar o dedo gorducho no buraco para que a água se espalhasse, como tinha visto uma criança mais velha fazer. Parecia encantada com a possibilidade de controlar a água. Tem 1 ano e oito meses, cabelos cacheados que lhe dão uma aparência de anjo barroco e uns olhos arregalados. Com olheiras, Catarina é um bebê com olheiras, embora durma bem e muito. De repente, ela enrijeceu o corpo e deu um grito: “A menina…. A menina…. Quebrou”.  

Era um grito de horror. O primeiro que eu ouvia dela. Animação, manha, dor física, tudo isso eu já tinha ouvido de sua boca bonita. Aquele era um grito diferente. Não parecia um tom que se pudesse esperar de alguém que ainda precisava se esforçar para falar frases completas. Catarina estava aterrorizada. “A menina… A menina…” Ela continuava repetindo. Olhei para os lados e demorei um pouco a enxergar o que ela tinha visto em meio à tanta gente. Uma garota, de uns 10, 12 anos, talvez, com uma perna engessada. “Quebrou…” Catarina repetia. “A menina… quebrou.” 

Ela não olhava para mim, como costuma fazer quando espera que eu esclareça alguma novidade do mundo. Era mais uma denúncia. Pelo resto da festa, ela gritou a mesma frase, no mesmo tom aterrorizado, sempre que a menina quebrada passava por perto. Nos aproximamos da garota, para que Catarina pudesse ver que ela parecia bem, e que os amigos se divertiam escrevendo e desenhando coisas no gesso, mas nada parecia diminuir o seu horror. Os adultos próximos tentaram explicar a ela que era algo passageiro. Mas ela não acreditava. Naquele sábado de janeiro Catarina descobriu que as pessoas quebravam.  

Eu a peguei, olhei bem para ela, olho no olho, e tentei usar minha suposta credibilidade de madrinha: “A menina caiu, a perna quebrou, agora a perna está colando, e depois ela vai voltar a ser como antes”. Catarina me olhou com os olhos escancarados, e eu tive a certeza de que ela não acreditava. Ficamos nos encarando, em silêncio, e ela deve ter visto um pouco de vergonha no assoalho dos meus olhos. Era a primeira vez que eu mentia pra ela. E dali em diante, ela talvez intuísse, as mentiras não cessariam. Naquela noite, depois da festa, fui dormir envergonhada.  

O que eu poderia dizer a você, Catarina? A verdade? A verdade você já sabia, você tinha acabado de descobrir. As pessoas quebram. Até as meninas quebram. E, se as meninas quebram, você também pode quebrar. E vai, Catarina. Vai quebrar. Talvez não a perna, mas outras partes de você. Membros invisíveis podem fraturar em tantos pedaços quanto uma perna ou um braço. E doer muito mais. E doem mais quando são outros que quebram você, às vezes pelas suas costas, em outras fazendo um afago, em geral contando mentiras ou inventando verdades. Gente cheia de medo, Catarina, que tem tanto pavor de quebrar, que quebram outros para manter a ilusão de que são indestrutíveis e podem controlar o curso da vida. E dão nomes mais palatáveis para a inveja e para o ódio que os queima. Mas à noite, Catarina, à noite, eles sabem. 

E, Catarina, você tem toda a razão de duvidar. Depois de quebrar, nunca mais voltamos a ser como antes. Haverá sempre uma marca que será tão você quanto o tanto de você que ainda não quebrou. Viver, Catarina, é rearranjar nossos cacos e dar sentido aos nossos pedaços, os novos e os velhos, já que não existe a possibilidade de colar o que foi quebrado e continuar como era antes. E isso é mais difícil do que aprender a andar e a falar. Isso é mais difícil do que qualquer uma das grandes aventuras contadas em livros e filmes. Isso é mais difícil do que qualquer outra coisa que você fará.  

Existe gente, Catarina, que não consegue dar sentido, ou acha que os farelos de sentido que consegue escavar das pedras são insuficientes para justificar uma vida humana, e quebra. Quebra por inteiro. Estes você precisa respeitar, porque sofrem de delicadeza. E existe gente, Catarina, que só é capaz de dar um sentido bem pequenino, um sentido de papel, que pode ser derrubado mesmo com uma brisa. E essa brisa, Catarina, não pode ser soprada pela sua boca. Ser forte, Catarina, não é quebrar os outros, mas saber-se quebrado. É ser capaz de cuidar de seus barcos de papel – e também dos barcos dos outros – não como uma criança que os imagina poderosos, de aço. Mas sabendo que são de papel e que podem afundar de repente. 

Não, acho que eu não poderia ter dito isso a você, Catarina. Não naquela noite, não agora. Ao lhe assegurar, cheia de autoridade de adulto, que tudo estava bem com a menina quebrada, com qualquer e com todas as meninas quebradas, o que eu dei a você foi um vislumbre da minha abissal fragilidade. Esta, Catarina, é uma verdade entre as tantas mentiras que lhe contei, ao tentar fazer com que acreditasse que eu seria capaz de proteger você. Vai chegar um momento, se é que já não houve, em que você vai olhar para todos nós, seus pais, seus “dindos”, seus avós e tios, e vai perceber que nós todos vivemos em cacos. E eu espero que você possa nos amar mais por isso.  

Essa conversa, Catarina, está apenas adiada. Talvez, daqui a alguns anos, você precise me perguntar como se faz para viver quebrada. Ou por que vale a pena viver, mesmo se sabendo quebrada. E eu vou lhe contar uma história. Ela aconteceu alguns dias depois daquela festa em que você descobriu que até as meninas quebram. Nós estávamos na fila do caixa do supermercado perto de casa, com uma cesta cheia de compras, e havia um homem atrás de nós. Era um homem vestido com roupas velhas e sujas, parte delas quase farrapos. E ele cheirava mal. Poderia ser alguém que dorme na rua, ou alguém que se perdeu na rua por uns tempos. Ficamos com medo de que o segurança do supermercado tentasse tirá-lo dali, ou que a caixa o tratasse com rispidez, ou que as outras pessoas na fila começassem a demonstrar seu desconforto, como sabemos que acontece e que jamais poderia acontecer. Enquanto pensávamos nisso, ele nos abordou. E pediu, com toda a educação, mas com os olhos dolorosamente baixos: “Por favor, será que eu poderia passar na frente, porque tenho pouca coisa?”.  

Quando lhe demos passagem, vimos que o homem não tinha pouca coisa. Ele só tinha uma. Sabe o que era, Catarina?  

Um sabonete. Era o que havia entre as mãos de unhas compridas e sujas, junto com algumas moedas e notas amassadas, como em geral são as notas que valem pouco. Aquele homem, que parecia ter perdido quase tudo, aquele homem talvez ainda mais quebrado que a maioria, porque tinha perdido também a possibilidade de esconder suas fraturas, o que ele fez? Quando conseguiu juntar uns trocados, o que ele escolheu comprar? Um sabonete. 

Catarina, talvez um dia, daqui a alguns anos, você volte a me olhar nos olhos e a dizer: “A menina… quebrou”. Ou: “Eu… quebrei”. E talvez você me pergunte como continuar ou por que continuar, mesmo quebrada. E eu vou poder lhe dizer, Catarina, pelo menos uma verdade: “Por causa do sabonete”. 

ELIANE BRUM

Comprinhas do dia

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Faltam poucos dias para o início das aulas e dessa vez vou mudar um pouco o meu visual. Sempre fui muito séria e sempre usei mochilas lisas e tênis bem sem graça, bonitos, mas sem graça. Os caderninhos são bem coloridos, bem diferentes de todos que eu já usei.

Falando em estudar, algum domingo desses eu vi Domingão do Faustão e um menininho resolveu aquele cubo mágico em apenas alguns segundos. Me deu muita vontade de tentar resolver. Claro, diferente do menino eu resolveria em muitas horas, isso se eu resolvesse. Bom, não custa tentar. Procurei esse cubo em todas as lojas de brinquedos, papelarias e livrarias que existem na Zona Sul, desde Leblon até Gávea. Por fim, encontrei esse tal cubo em uma lojinha de brinquedos já no final de Ipanema. Era o último da loja, ele simplesmente estava esperando por mim! Quando conseguir resolver eu conto aqui pra vocês, só não garanto a fórmula mágica. É como diz na caixa, “Um desafio de embaralhar a cabeça”. E ainda por cima vem escrito CRIANÇAS. Como pode? “O quebra-cabeça estratégico mais vendido do mundo continua a desafiar jovens e adultos ao redor do globo! Com mais de 43 quintilhões de combinações possíveis, o cubo pode ser incrivelmente resolvido com apenas alguns movimentos. É a ação de girar e o simples conceito de cores que faz de Rubik’s o n 1 entre os jogos de quebra-cabeça do mundo!”. Pois é, veremos!

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Enquanto escrevo estou ouvindo o novo CD que comprei, o Maroom 5 OVEREXPOSED. Recomendado!

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Chá inglês

Chá inglês das cinco é uma refeição tradicional na Inglaterra. O costume de beber chá se originou quando Catherine Bragança casou-se com o rei Charles II em 1661, trazendo então a prática de beber chá à tarde com ela de Portugal!

Hoje em dia a maioria dos ingleses não tomam o chá das 5 devido as mudanças sociais e de costumes.

O chá é servido em uma chaleira de porcelana acompanhado de  leite e açúcar. 

Hoje em dia pode-se experimentar o chá inglês tradicional em hotéis, cafés e casas de chá. No dia a dia os ingleses tomam somente a xícara de chá acompanhada somente por um biscoito. Os ingleses adoram chá!

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